sábado, 14 de fevereiro de 2009

peço-te não me deixes na minha mina onde escondo com as mãos a solidão
recupera do silêncio uma só existência de cristal mas não deixes o meu corpo abandonado na berma húmida do passeio
a vida ferve e passa os limites da pele chora o frio que lhe faz a minha falta

deixa-me ouvir o som da tua existência



e deixa-me esquecer rancor e estórias de cumes e vitórias
quero a terrena realidade de dormir e o corpo quente com manchas de outros dias que me envolve a noite

quero a voz o lençol a madeira que range o guardanapo de papel a revista com a capa dobrada o cabelo desalinhado a roupa com manchas de café a fotografia apagada o CD riscado a chuva o telefone avariado a comida que cozinhou demais a cerveja quase quente

na imperfeição dos dias encontro o verdadeiro sabor dos teus passos

1 comentário:

Pinipom disse...

como eu gosto de te ler...