segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

canso-me demais fora da poesia
a tranquilidade sacia-me sem palavras as palavras redobram-me em esforços de me saber real
canso-me e descanso em simultâneo
recrio outra história sem incansavelmente me desapaixonar
viajo em dor e respiro-me em paz protegida pelo arco das palavras

em poesia

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

desfaço-me em retalhos meus
deixo-me ir à deriva conhecendo de cor cada bocado de mar que me embala
não sou acasos ou acessos de fraqueza
sou consistência, luta fervorosa por uma só existência sem cinzas e restos de tecido de um passado tão tatuado na minha pele coberta por roupas quentes de inverno

sou muito enquanto me encontro devagar
amo em restos furtivos de encontros perfeitos
despeço-me sem pressas contra uma parede onde desenho finalmente o meu perfil sem que a mão me trema

de saudade