quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tenho o corpo retalhado entre as tuas mãos e o rio selvagem que corre na minha janela
sou um bailado quente a ecoar ao som de palavras e marionetas que cantam o fim como uma canção de amor

no final do dia invento uma cama sem pés e construo um palácio irreal de penas e algodão para deitar cada um dos teus silêncios e transformá-los em poema

tenho o corpo sem amarras e a alma à desgarrada e em êxtase
não sou a minha vontade, sou a paixão desajustada e desafinada em noites de chuva
sou pouco mais do que o mundo todo em pérola sem futuro ou esperança
sorriso tímido, a verdade fechada na palma da mão sem liberdade
prisioneira sem mágoa
melancolia e laivos tímidos de poesia
um outro dia sem mais que dizer do que o teu perfil a caminho de outra estrada

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