quinta-feira, 11 de junho de 2009

cheguei ao meio do caminho
são mais do que nuvens negras são abraços doces de antigos fantasmas
são certezas que me cegam devagar e me dizem que o caminho que falta é apenas o cheiro do teu pescoço num final de tarde quase quente
são as dores relembradas e de repente o abismo sem asas nem o baile do algodão

é não ver nada e ter o coração dentro de uma caixa de vidro
é acordar sem força e recuperá-la com a recordação de cada uma das letras do teu nome

é não saber se o caminho vai a meio ou se o inventei em cartas amachucadas por trás da cama

é tão só saber ter a certeza de ti e nunca a ter teimosamente na janela aberta toda a noite

é este silêncio

as borboletas que não acalmam na máquina do dia

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