tenho os ossos a comer a voz da minha alma estilhaçada
e os olhos pouco mais são do que faróis em falha eléctrica
sem distinção
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Para um amigo tenho sempre um relógio esquecido em qualquer fundo de algibeira. Mas esse relógio não marca o tempo inútil. São restos de tabaco e de ternura rápida. É um arco-iris de sombra, quente e trémulo. É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. António Ramos Rosa
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