forço o silêncio de metal
as curvas da mesa ameaçam o fim do bailado
tenho cinza nos pulmões
restos de tabaco, sons despropositados
improviso
preciso de improvisar
tenho as garras do leão prontas mas dormentes, envoltas no véu esquecido por mim num dia quase quente de canções e poemários
sou sem margem, esbatida numa escrita compulsiva e odiosa
atraveso desertos sem vitórias nem derrotas, num caminho cadente que se desenrola nos meus pés
procuro as palavras de água insistentemente
sou plural na luta contra o real e a areia quente
sou fantoche de mim própria, luz de todos os dias sem cansaço ou sujeição
sou maior do que os ossos e os pensamentos atordoados
sou caos e chuva forte sem abrigo
sou o lar também improvisado, o poema sem rima ou condição, violência que só é sangue e respirar, que sou eu sem pudor nem continuidade
sou mais eu em ascenção
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