crio montanhas de histórias irreais
agarro-me no limite do precipício a certezas vagas e suicidas
falho a beleza e o encanto
o futuro de rios são desertos cantados em vozes tremidas
amo-te
desenho-te incansavelmente sem saturar os traços, desespero a pele de te chamar em noites sem sono nem verdade e quando o ar finalmente falta desisto e recomeço a inconstante contagem decrescente mais uma vez
arrisco a sanidade pela dúvida, pela margem esbatida da hipótese
dispo-me de adjectivos e espelhos
sou crua e transparente, invisível e pulsante
sou indesistível
amo tendo a loucura da solidão como uma bandeira
algo de doce pode sair ainda dos meus poros
quando a poesia te escorrega para as mãos antes de saberes a que sabe esta terra que te invento
sou outro mundo
outra casa desabitada e em construção
sou a raiva real e a princesa irreal de outro reino
sou palavras secas e ainda por nascer
sou uma tempestade que se esconde dentro do caderno de capa escura em esplanadas luminosas
sou a angústia do nada perdida nestas ruas crueis e quentes
sou o silêncio
o desespero
o livro em branco
sou uma asa desmaiada depois da Primavera
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