Com Lluis Llac entrei pela cidade e deixei ferver as palavras invasivas de sentido pelas ruas de Lisboa
engoli o ar sujo e o sol de quase trovoada que nos prende a respiração e nos deixa sedentos de solidão
vi na minha pele a solidão de poder ser sozinha em todas as pedras da calçada
e a voz fez o encantamento de cantar em voz alta a única verdade que me é mais do que as dores dos ossos cansados de mentiras e silêncios
e a cidade fui eu, e o castelo com olhos de sono, e os sorrisos amigos ao fim da rua, e as coreografias improvisadas ao som de vozes desafinadas pouco depois de nascer o dia
e a tempestade era magia e palmas entusiasmadas e poemas lidos e copos de vinho
e promessas
certezas de que o dia só nasce quando aceno com a cabeça e me preparo para acordar do meu suicídio de meses. sou criança que descobre as palavras. e escreve tudo de novo. e lança na tarde quente a energia que o peito não suporta. e a voz cansada adormece agora, ansiosa por novas linhas e peças de teatro. novas outras histórias.
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