peço-te não me deixes na minha mina onde escondo com as mãos a solidão
recupera do silêncio uma só existência de cristal mas não deixes o meu corpo abandonado na berma húmida do passeio
a vida ferve e passa os limites da pele chora o frio que lhe faz a minha falta
deixa-me ouvir o som da tua existência
só
e deixa-me esquecer rancor e estórias de cumes e vitórias
quero a terrena realidade de dormir e o corpo quente com manchas de outros dias que me envolve a noite
quero a voz o lençol a madeira que range o guardanapo de papel a revista com a capa dobrada o cabelo desalinhado a roupa com manchas de café a fotografia apagada o CD riscado a chuva o telefone avariado a comida que cozinhou demais a cerveja quase quente
na imperfeição dos dias encontro o verdadeiro sabor dos teus passos
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1 comentário:
como eu gosto de te ler...
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