segunda-feira, 30 de novembro de 2009

tenho a paz em pedra dentro do peito



pesa




mas tem um travo de hortelã ao ar livre

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

tenho vulcões na consciência
ruas desertas pintadas de fresco
cheiro a plástico rasgado e pó de armazéns
se começo de novo é porque me invado de nostalgia e horas ansiosas
sou um rascunho esbatido de um desenho final
livros de palavras desconhecidas e neutras que me suspiram nos ouvidos quando finalmente vem a solidão
aprendo a ler traço a traço e a cada respirar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

construí um cubo
e agora vou plantar manjericos nos cantos e esperar que cresça
tenho-te em pecado e fantasia
em dias que anseiam a noite para se refugiarem em bolas de sabão felizes e sem contornos
imagino-te devagar
não podes ser o antes sem seres um novo acordar

és a minha poesia secreta

as ruas desertas

o segredo o crime o sangue vivo
ao ver poesia no metro
sou outras peles e outro acordar
despego-me sem pudor e esqueço o sabor do teu perfil
esqueço e despeço-me devagar
tento que ao menos as conhecidas pétalas de rosa não tenham murchado nesta tão longa ausência e que ainda tenha luz ao chegar a casa de pés molhados do rio Tejo